
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Técnicas de intimidação com a super candidata
Olá, queridos leitores!
Antes de mais nada, gostaria de dar um aviso importante: ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE TERÁ SIDO MERA COINCIDÊNCIA. (OU NÃO!)
Ultrapassada esta etapa burocrática (sugestão de uma amiga, que disse que sou louca, e que em breve serei processada por danos morais), vamos à historinha (ficcional) de hoje.
Ela se passou em uma seleção para novos advogados de um grande escritório de advocacia de Brasília.
Na época, eu ainda era uma "recém" (recém-formada, recém-casada, recém-mudada para a capital...)
Tinha acabado de passar no Exame da Ordem, e não via a hora de começar a trabalhar.
Pois bem, meu curriculum vitae foi pré-selecionado pelo escritório, e fui chamada para uma entrevista.
Chegando lá, esperava encontrar vários outros candidatos na mesma situação, pois a vaga não exigia experiência prévia. Porém, uma das candidatas me chamou a atenção.
Numa primeira análise, todos aparentavam ter seus 20 e poucos anos, à exceção desta candidata, que parecia já ter passado dos 30.
Até aí tudo bem, ela poderia facilmente ter entrado na faculdade mais velha, pensei.
Foi aí que eu percebi "A PASTA" que ela carregava.
Não era como as outras, e certamente não como a minha, que carregava meras três páginas de pura enrolação.
"A PASTA" daquela candidata era tão grossa que mais se parecia com o catálogo telefônico do Estado de Sâo Paulo, e eu já comecei a ficar preocupada.
E pelo jeito os outros candidatos também.
Um, em especial, estava tão nervoso que não parava de suar. E olha que o ar condicionado literalmente gelava a sala de espera.
Pois bem, é aí que entra uma das personagens: a Super Interessada.
A Super Interessada fez o que ninguém teve coragem de fazer: puxar conversa com a nossa personagem principal: a Super Candidata.
A conversa começou mais ou menos assim:
Super Interessada: Você também está aqui para a vaga de advogado júnior?
Super Candidata (com ares de superioridade): Uhum
Bom, se fosse eu, a conversa teria parado por aí. Mas a Super Interessada estava numa missão: descobrir qual o nível de risco que aquela "pessoa" representava para ela.
Pois bem, 5 minutos depois, mais uma pergunta:
Super Interessada (como quem não quer nada): Por acaso você se formou na UnB? Parece que eu te conheço!
Super Candidata (claramente satisfeita com a pergunta): Não, eu me graduei na USP. Mas fiz o Mestrado lá.
Super Interessada: Ah, tá...
É claro que não era só eu que estava prestando atenção na conversa alheia. Os outros três candidatos, incluindo o Super Nervoso, começaram a demonstrar intranquilidade. Acho que a informação sobre o Mestrado foi demais pra ele, porque ele se levantou para ir ao banheiro e ficou lá quase uma meia hora... Indisposição estomacal, eu acho.
Nesse meio tempo, ele perdeu o melhor da festa. Acontece que a Super Candidata só estava se aquecendo! O jogo, na verdade, começaria naquele momento:
(Toca o celular da Super Candidata).
Ela: "Alô"?!
E segundos depois: "Hi, Tom! How have you been?" (e a conversa continuou por uns 5 minutos, sobre trivialidades)
Dei uma olhada ao redor e senti a tensão. Uma das candidatas deu até uma afundada na cadeira, mas eu pensei: "Bring it on, baby! Falar inglês não é tão especial assim!"
10 minutos depois, outra ligação:
Super Candidata: "Hola, Cariño! Estoy en la entrevista..." (e pouco depois encerrou a conversa, dizendo que ligava para ele quando saísse de lá)
Foi aí que eu percebi a armação! Aquilo não era coincidência! A sacana estava disposta a qualquer coisa por aquela vaga, e parece que a técnica estava funcionando. Antes mesmo de se despedir do "Cariño" a candidata "monoglota" decidiu ir embora.
Ok, confesso que não estava muito à vontade.
Espanhol nunca foi minha praia, apesar de saber ler e compreender bem o idioma, na hora de falar e escrever, nunca soube ultrapassar a fase do "portunhol".
Apesar de que a vaga não era, a princípio, para a área internacional, falar dois idiomas certamente contaria pontos para ela.
Mas como boa brasileira que não desiste nunca, resolvi me manter firme e pagar pra ver. Mal sabia eu que, poucos minutos depois, minha confiança seria abalada novamente.
É que a Super Interessada também já tinha sacado o jogo da Super Candidata, e quis tirar a história a limpo:
Super Interessada (fazendo questão de demonstrar que tinha entendido o recado): "Desculpe a intromissão, mas eu não pude deixar de ouvir sua conversa. Seu marido é espanhol?"
Super Candidata (fingindo desinteresse): É. Nos conhecemos em Berlim, quando fiz o Doutorado. Fazíamos parte do mesmo grupo de pesquisa..."
PQP!!! Doutorado??? Em Berlim???
Depois dessa eu pensei: "Nossa Senhora dos Reles Bacharéis, o que eu estou fazendo aqui?"
Bom, para piorar a situação, meu nome foi chamado e eu nem tive tempo de digerir a informação.
Cheguei na sala de entrevista com cara de cachorro que acabou de cair do caminhão de mudança, e creio que não tenha me saído bem, pois não fui escolhida.
Tempos depois, cruzei com o Super Nervoso na fila da lotérica do Shopping, e começamos a conversar.
Ele também não tinha sido escolhido, mas conhecia a pessoa que tinha ficado com a vaga.
Aí você me pergunta: Como assim?!
Não foi a Super Candidata?
NÃO, senhores e senhoras!
Segundo me relatou o Super Nervoso (bastante satisfeito, por sinal), o escritório considerou a Super Candidata "super qualificada" para o cargo em disputa.
Acreditam?
Ho ho ho...
Pois é, minha gente, é o círculo da vida!
Beijos!
Até a próxima!
Antes de mais nada, gostaria de dar um aviso importante: ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE TERÁ SIDO MERA COINCIDÊNCIA. (OU NÃO!)
Ultrapassada esta etapa burocrática (sugestão de uma amiga, que disse que sou louca, e que em breve serei processada por danos morais), vamos à historinha (ficcional) de hoje.
Ela se passou em uma seleção para novos advogados de um grande escritório de advocacia de Brasília.
Na época, eu ainda era uma "recém" (recém-formada, recém-casada, recém-mudada para a capital...)
Tinha acabado de passar no Exame da Ordem, e não via a hora de começar a trabalhar.
Pois bem, meu curriculum vitae foi pré-selecionado pelo escritório, e fui chamada para uma entrevista.
Chegando lá, esperava encontrar vários outros candidatos na mesma situação, pois a vaga não exigia experiência prévia. Porém, uma das candidatas me chamou a atenção.
Numa primeira análise, todos aparentavam ter seus 20 e poucos anos, à exceção desta candidata, que parecia já ter passado dos 30.
Até aí tudo bem, ela poderia facilmente ter entrado na faculdade mais velha, pensei.
Foi aí que eu percebi "A PASTA" que ela carregava.
Não era como as outras, e certamente não como a minha, que carregava meras três páginas de pura enrolação.
"A PASTA" daquela candidata era tão grossa que mais se parecia com o catálogo telefônico do Estado de Sâo Paulo, e eu já comecei a ficar preocupada.
E pelo jeito os outros candidatos também.
Um, em especial, estava tão nervoso que não parava de suar. E olha que o ar condicionado literalmente gelava a sala de espera.
Pois bem, é aí que entra uma das personagens: a Super Interessada.
A Super Interessada fez o que ninguém teve coragem de fazer: puxar conversa com a nossa personagem principal: a Super Candidata.
A conversa começou mais ou menos assim:
Super Interessada: Você também está aqui para a vaga de advogado júnior?
Super Candidata (com ares de superioridade): Uhum
Bom, se fosse eu, a conversa teria parado por aí. Mas a Super Interessada estava numa missão: descobrir qual o nível de risco que aquela "pessoa" representava para ela.
Pois bem, 5 minutos depois, mais uma pergunta:
Super Interessada (como quem não quer nada): Por acaso você se formou na UnB? Parece que eu te conheço!
Super Candidata (claramente satisfeita com a pergunta): Não, eu me graduei na USP. Mas fiz o Mestrado lá.
Super Interessada: Ah, tá...
É claro que não era só eu que estava prestando atenção na conversa alheia. Os outros três candidatos, incluindo o Super Nervoso, começaram a demonstrar intranquilidade. Acho que a informação sobre o Mestrado foi demais pra ele, porque ele se levantou para ir ao banheiro e ficou lá quase uma meia hora... Indisposição estomacal, eu acho.
Nesse meio tempo, ele perdeu o melhor da festa. Acontece que a Super Candidata só estava se aquecendo! O jogo, na verdade, começaria naquele momento:
(Toca o celular da Super Candidata).
Ela: "Alô"?!
E segundos depois: "Hi, Tom! How have you been?" (e a conversa continuou por uns 5 minutos, sobre trivialidades)
Dei uma olhada ao redor e senti a tensão. Uma das candidatas deu até uma afundada na cadeira, mas eu pensei: "Bring it on, baby! Falar inglês não é tão especial assim!"
10 minutos depois, outra ligação:
Super Candidata: "Hola, Cariño! Estoy en la entrevista..." (e pouco depois encerrou a conversa, dizendo que ligava para ele quando saísse de lá)
Foi aí que eu percebi a armação! Aquilo não era coincidência! A sacana estava disposta a qualquer coisa por aquela vaga, e parece que a técnica estava funcionando. Antes mesmo de se despedir do "Cariño" a candidata "monoglota" decidiu ir embora.
Ok, confesso que não estava muito à vontade.
Espanhol nunca foi minha praia, apesar de saber ler e compreender bem o idioma, na hora de falar e escrever, nunca soube ultrapassar a fase do "portunhol".
Apesar de que a vaga não era, a princípio, para a área internacional, falar dois idiomas certamente contaria pontos para ela.
Mas como boa brasileira que não desiste nunca, resolvi me manter firme e pagar pra ver. Mal sabia eu que, poucos minutos depois, minha confiança seria abalada novamente.
É que a Super Interessada também já tinha sacado o jogo da Super Candidata, e quis tirar a história a limpo:
Super Interessada (fazendo questão de demonstrar que tinha entendido o recado): "Desculpe a intromissão, mas eu não pude deixar de ouvir sua conversa. Seu marido é espanhol?"
Super Candidata (fingindo desinteresse): É. Nos conhecemos em Berlim, quando fiz o Doutorado. Fazíamos parte do mesmo grupo de pesquisa..."
PQP!!! Doutorado??? Em Berlim???
Depois dessa eu pensei: "Nossa Senhora dos Reles Bacharéis, o que eu estou fazendo aqui?"
Bom, para piorar a situação, meu nome foi chamado e eu nem tive tempo de digerir a informação.
Cheguei na sala de entrevista com cara de cachorro que acabou de cair do caminhão de mudança, e creio que não tenha me saído bem, pois não fui escolhida.
Tempos depois, cruzei com o Super Nervoso na fila da lotérica do Shopping, e começamos a conversar.
Ele também não tinha sido escolhido, mas conhecia a pessoa que tinha ficado com a vaga.
Aí você me pergunta: Como assim?!
Não foi a Super Candidata?
NÃO, senhores e senhoras!
Segundo me relatou o Super Nervoso (bastante satisfeito, por sinal), o escritório considerou a Super Candidata "super qualificada" para o cargo em disputa.
Acreditam?
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Pois é, minha gente, é o círculo da vida!
Beijos!
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11 comentários:
Kkkkk,estou adorando seu blog Fê!!
Essas salas de entrevista de emprego são o ó mesmo!
Fê, acho que seu blog vai virar um livro! E eu quero comprar o primeiro exemplar! Estou amando. Agora me identifiquei com a super interessada, kkkk. Ou super enxerida, não posso ver alguém que já vou puxando conversa, kkkk. Amei, amei, amei.
Nandinha!! Estou adorando os textos, mamãe está aqui do meu lado e deu boas risadas com suas histórias. Ela está orgulhosa de vc e digo mais, vc é nossa "super qualificada". hahaha
Amamos vc! Gabi e Mamãe
Friend, ainda bem que você já passou dessa fase, né?,
Ninguém merece!
Beijos!
Tati, só você mesmo...
Bom, se sua previsão se realizar, nem precisa comprar o livro! Eu te mando um exemplar autografado! Com muito carinho!
Beijinhos!
Obrigada, meus amores!
Vocês são minha inspiração!
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Oi Fê!
To adorando seus posts! são mto divertidos!
bjssssss fofa
Estou simplesmente AMANDO este blog!!! =]
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;)
MIGA!
Bom D-E-M-A-I-S! Pena que não era eu, fiquei com inveja do marido espanhol! hahahahhaha
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