
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
A blaster sabichona
Brasília é uma cidade interessante. Na capital federal as crianças não descem para o "play".
Pelo fato dos prédios da cidade serem diferentes, as crianças daqui brincam nos parques das quadras, ou, se estiver chovendo, o jeito é ficar no "pilotis" (na verdade o termo certo seria pavimento sobre pilotis, mas ninguém fala assim).
Se você não for daqui, é o seguinte: "pilotis" é o espaço aberto que existe nas entradas dos prédios, onde fica a guarita dos porteiros.
Bom, seja no "play", no parque, no clube, no "pilotis" ou em qualquer outro lugar, o momento das brincadeiras das crianças é, também, praticamente um divã para as mamães.
É lá que elas encontram um ouvido amigo para reclamar da noite mal dormida, das cólicas do bebê, dos ataques histéricos do filho, da falta de apoio do marido, do preço das babás, do chefe insensível, enfim, de qualquer assunto.
Como mãe de primeira viagem, aprendi e continuo aprendendo muito nessas "sessões de terapia". Sempre encontro uma mãe mais experiente, ou que já tenha passado pela mesma situação em que estou vivendo naquele momento, e as dicas, geralmente, são super valiosas.
Pois bem, foi num dia chuvoso, há alguns meses, que conheci a "Blaster Sabichona".
A protagonista da nossa história de hoje não é um ser comum, ela é dotada de um conhecimento profundo sobre TODAS as coisas.
Exagero?!
Não, ela É um google ambulante.
Por ser uma criatura superior, ela não gosta muito de se misturar com as outras mães, nós, as "gentalhas"!
Nas raras ocasiões em que fomos brindadas com a ilustre presença da Blaster Sabichona, a conversa rolava mais ou menos assim (todos os nomes foram alterados):
Eu: "Gente, vocês já foram ao novo restaurante japonês aqui da quadra? É muito bom!"
Blaster Sabichona (com cara de espanto): "Bom? você claramente não conhece sobre cozinha japonesa! Eles não sabem nem fazer um sushi decente... bom mesmo é o restaurante "x" lá de São Paulo, na rua "y". Aquilo sim é comida japonesa tradicional".
Eu (meio ofendida): "Nossa, eu sinceramente gostei. Mas não posso afirmar que a comida é feita do modo tradicional, afinal, nunca estive no Japão".
Blaster Sabichona (com cara de pena): Sério? Pois deveria, é um país fascinante!"
Mãe mortal 1: (cortando o assunto, antes que a Blaster Sabichona nos desse uma aula sobre os costumes orientais): "Meninas, amanhã tem feira de troca de brinquedos no Parque. Eu fui ano passado, foi super legal. O Pedrinho trocou a piscina de bolinhas por uma pista do Hot Wheels!".
Blaster Sabichona (com a voz alterada): "Deus me livre dessas feiras de troca de brinquedos. Deveriam se chamar troca de germes, isso sim! Vê lá se eu vou deixar minha filha brincar com brinquedo usado, que eu nem sei como estava guardado, ou se era limpo com frequência".
Mãe mortal 2 (já querendo partir pra ignorância): "Isso é uma bobagem. Os germes estão em toda parte. Se for pensar assim sua filha teria que viver numa bolha!"
Eu (mudando de assunto de novo, antes que o bicho pegasse): "Nossa, olha lá a Paula! Fazia tempo que não a via. Ela já voltou da licença maternidade, né?! Quem está ficando com o Joãozinho?"
Blaster Sabichona (com cara de indignação): "Ninguém. Ele está numa creche aí, que eu nunca ouvi falar. A Paula é doida, colocou o menino no primeiro lugar que tinha vaga. A tal creche nem está listada no ranking das melhores de Brasília!"
(Som ambiente): CRI... CRI... CRI (Silêncio total de todas as mães. Algumas porque não faziam sequer ideia de que existia um ranking, outras simplesmente porque estavam putas com a atitude da Senhora Chata de Galocha).
E depois disso, cada uma foi saindo de mansinho, pegando o celular no bolso, chamando o filho pra subir, inventando que tinha coisas para resolver...
O fato é que, depois de sua última aparição, a Blaster Sabichona passou a ser mais temida do que a morte. Sua presença no parquinho tem o mágico efeito de repelir todas as outras mães e babás (sim, porque elas sabem todos os babados da vizinhança!).
Moral da história: Dona Maria, se a senhora não tiver algo agradável para dizer, fique calada!
Cuidado com os pré-julgamentos e o excesso de presunção!
Em outras palavras: se não sabe brincar, não desce para o "play"!
E tenho dito!
Tchau, gente! Beijos!
Pelo fato dos prédios da cidade serem diferentes, as crianças daqui brincam nos parques das quadras, ou, se estiver chovendo, o jeito é ficar no "pilotis" (na verdade o termo certo seria pavimento sobre pilotis, mas ninguém fala assim).
Se você não for daqui, é o seguinte: "pilotis" é o espaço aberto que existe nas entradas dos prédios, onde fica a guarita dos porteiros.
Bom, seja no "play", no parque, no clube, no "pilotis" ou em qualquer outro lugar, o momento das brincadeiras das crianças é, também, praticamente um divã para as mamães.
É lá que elas encontram um ouvido amigo para reclamar da noite mal dormida, das cólicas do bebê, dos ataques histéricos do filho, da falta de apoio do marido, do preço das babás, do chefe insensível, enfim, de qualquer assunto.
Como mãe de primeira viagem, aprendi e continuo aprendendo muito nessas "sessões de terapia". Sempre encontro uma mãe mais experiente, ou que já tenha passado pela mesma situação em que estou vivendo naquele momento, e as dicas, geralmente, são super valiosas.
Pois bem, foi num dia chuvoso, há alguns meses, que conheci a "Blaster Sabichona".
A protagonista da nossa história de hoje não é um ser comum, ela é dotada de um conhecimento profundo sobre TODAS as coisas.
Exagero?!
Não, ela É um google ambulante.
Por ser uma criatura superior, ela não gosta muito de se misturar com as outras mães, nós, as "gentalhas"!
Nas raras ocasiões em que fomos brindadas com a ilustre presença da Blaster Sabichona, a conversa rolava mais ou menos assim (todos os nomes foram alterados):
Eu: "Gente, vocês já foram ao novo restaurante japonês aqui da quadra? É muito bom!"
Blaster Sabichona (com cara de espanto): "Bom? você claramente não conhece sobre cozinha japonesa! Eles não sabem nem fazer um sushi decente... bom mesmo é o restaurante "x" lá de São Paulo, na rua "y". Aquilo sim é comida japonesa tradicional".
Eu (meio ofendida): "Nossa, eu sinceramente gostei. Mas não posso afirmar que a comida é feita do modo tradicional, afinal, nunca estive no Japão".
Blaster Sabichona (com cara de pena): Sério? Pois deveria, é um país fascinante!"
Mãe mortal 1: (cortando o assunto, antes que a Blaster Sabichona nos desse uma aula sobre os costumes orientais): "Meninas, amanhã tem feira de troca de brinquedos no Parque. Eu fui ano passado, foi super legal. O Pedrinho trocou a piscina de bolinhas por uma pista do Hot Wheels!".
Blaster Sabichona (com a voz alterada): "Deus me livre dessas feiras de troca de brinquedos. Deveriam se chamar troca de germes, isso sim! Vê lá se eu vou deixar minha filha brincar com brinquedo usado, que eu nem sei como estava guardado, ou se era limpo com frequência".
Mãe mortal 2 (já querendo partir pra ignorância): "Isso é uma bobagem. Os germes estão em toda parte. Se for pensar assim sua filha teria que viver numa bolha!"
Eu (mudando de assunto de novo, antes que o bicho pegasse): "Nossa, olha lá a Paula! Fazia tempo que não a via. Ela já voltou da licença maternidade, né?! Quem está ficando com o Joãozinho?"
Blaster Sabichona (com cara de indignação): "Ninguém. Ele está numa creche aí, que eu nunca ouvi falar. A Paula é doida, colocou o menino no primeiro lugar que tinha vaga. A tal creche nem está listada no ranking das melhores de Brasília!"
(Som ambiente): CRI... CRI... CRI (Silêncio total de todas as mães. Algumas porque não faziam sequer ideia de que existia um ranking, outras simplesmente porque estavam putas com a atitude da Senhora Chata de Galocha).
E depois disso, cada uma foi saindo de mansinho, pegando o celular no bolso, chamando o filho pra subir, inventando que tinha coisas para resolver...
O fato é que, depois de sua última aparição, a Blaster Sabichona passou a ser mais temida do que a morte. Sua presença no parquinho tem o mágico efeito de repelir todas as outras mães e babás (sim, porque elas sabem todos os babados da vizinhança!).
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15 comentários:
hahahahaha Fernanda, que post mais legal! Legal para mim que não estou lá, é claro, mas adorei porque reflete perfeitamente os grupos pela vida afora. Muito bom! Tomara que ela leia aqui. Ou vai sumir do play ou vai ter mais assunto para falar. Gostei de conhecer seu blog, sucesso!!! Tati - amigosdefraldas.blogspot.com
Kkkkk, adorei o post Fê.
Obrigada, Tati!
Não sei se ela vai ler, mas bem que eu iria gostar!
Pelo que eu fiquei sabendo por aí, ela é contra blogs e redes sociais! Kkkkk
Beijos!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Muito, Muito, mas, muito bom!!!
Tenho "amigas" assim, e meu marido tmb tem "amigos" assim.
Não parece, mas, existem homens desse jeito.
AMEI!
Zaira, o que não falta por aí são essas figurinhas!
E não sei o que acontece, mas eu tenho o dom de atraí-las!
Em breve mais histórias!
Beijos!
kkkkkk que alívio! pensei que mães comuns não existiam mais, e eu me sinto tão comum, tão cheia de erros e defeitos, mas sempre com vontade de melhorar e aprender. Constantemente fico intimidada com figuras tipo essa "blaster" e fico me sentindo mal por não ser perfeita, pode? affff ainda bem que sou comum e normal! Adorei o post!
Daiane, esse é o espaço de desabafo da mãe comum, como eu e você! Continue por aqui e sempre deixe suas opiniões! Grande beijo!
Me lembrou da mãe que disse que o filho dela era o melhor dos melhores.
Parabéns pelo Blog.
Olha é duro aguentar essas mães, ninguém merce ! kkkkk Beijo, Leila.
Amiga, acho que isso serve pra qualquer situação, né? Nada pior do que ter que lidar com quem se acha melhor do que os outros... Saudade de você e da pequenina!! Vamos marcar um almocinho?
Saudades também, Pandinha!
Pode marcar o almocinho que eu estou dentro! Aqui em casa ou em outro lugar!
Beijos!
Adorei o blog e o post. Pena que eu moro hoje em um prédio em que nenhuma mãe desce, morro de saudade disso, ainda que já tenha me irritado com uma mãe que mega se acha!
Obrigada, Lali!
Apesar de ter que aturar as blaster chatas, tenho grandes amigas aqui, e isso é precioso!
Já pensou em promover um encontro de mães no seu prédio?
Quem sabe elas não se animam?
Beijosss!
Amei esse post. Tá demais!!!
Obrigada, Silvinha!
Beijosss!
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